Ilustração Andrea Ramos - Dicionário da Ilha - Falar & Falares da Ilha de Santa Catarina
"É possível saber sobre os nativos pela sua língua. Não, não peço q me a mostrem. É pela língua de falar, ligeiros, e por expressões q na maioria das vezes não consigo compreender. Falam sempre, após uma expressão qualquer, a frase interrogativa: "Não tem?" Pergunto: - O q? - mas eles invariavelmente não respondem. Dizem a cada minuto: "Oíóiói". Sim, olho para ver: acima, atrás, aos lados, mas nada vejo. Chego a conclusão q não os compreendo pelo costume de dizer o q não tem, e pelo q vêem o q não é possível que se veja. Dizem ainda maish em vez de mais, e limõish, em vez de limões..."
"É possível saber sobre os nativos pela sua língua. Não, não peço q me a mostrem. É pela língua de falar, ligeiros, e por expressões q na maioria das vezes não consigo compreender. Falam sempre, após uma expressão qualquer, a frase interrogativa: "Não tem?" Pergunto: - O q? - mas eles invariavelmente não respondem. Dizem a cada minuto: "Oíóiói". Sim, olho para ver: acima, atrás, aos lados, mas nada vejo. Chego a conclusão q não os compreendo pelo costume de dizer o q não tem, e pelo q vêem o q não é possível que se veja. Dizem ainda maish em vez de mais, e limõish, em vez de limões..."
(Fragmento de "Carta a Antônio Correia Pinto", conto de Fábio Brüggemann, em "Numa Ilha" - Editora Noa Noa - 1993)
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